quarta-feira, 27 de agosto de 2008

{1ª PARTE - "O Testemunho de uma mente que Ama."} - Aquele pôr-do-sol.

Senti meu corpo imóvel. Não pude identificar o lugar no qual eu estava deitado. Apenas, notei o grande incômodo da luz forte e branca diante dos meus olhos. Não me veio nada à cabeça; nenhum nome, ou então, nenhuma conclusão do que aconteceu comigo. O motivo real de estar ali. Então, uma breve imagem projetou-se sem qualquer esforço em minha mente. E diante dos meus, como se estivesse gravado em mim, senti o calor intenso daquele pôr-do-sol. Enquanto sentia uma energia percorrer com rapidez cada parte do meu corpo, as lembranças tornaram-se fixas em mim. Pude ver-me olhando o pôr-do-sol e sentir o peso de alguém debruçada em meu peito. Naquele instante, eu não sabia quem era. Apenas, assimilei aquela imagem como fruto de minha imaginação. Porém, parecia real. E era a única coisa que eu consegui pensar. Mesmo que eu não tivesse garantias de que aquilo era apenas um sonho. Então, essa pessoa me olhou. Belos olhos, ela tinha. Cabelos castanhos-claros e uma pele que, mesmo sem o contato fisco, parecia delicada e macia. Tive a impressão de sentir meu coração acelerar, tanto no sonho quanto naquele momento em que tudo parecia confuso. Podia sentir o cheiro do perfume dela. Era agradável e persuadível. E seu hálito. E a sua respiração. Então, ela disse:
Gosto de ver o pôr-do-sol com você.
Foi extremamente real, o que eu senti. De qualquer forma, eu ainda estava imóvel. Parado. Incapaz de mover um músculo, que valesse o meu esforço de ao menos tentar. Ainda sim, várias imagens dela passavam e passavam diante dos meus olhos. O laranja refletido pelo sol, ressaltava o verde-musgo da grama. Era lindo. A pele dela fica docilmente avermelhada, refletida. Nos olhamos umas duas vezes. Minha afeição e o meu sentimento trazia a mim um breve ressentimento de familiarização; era como se eu a conhecesse há muito tempo atrás. Mesmo ainda, sem saber seu nome e nada sobre ela. De repente, fomos puxados para um dimensão diferente; um pouco nossa. E nos beijamos. Na realidade, eu pude sentir o seu gosto. Senti uma alegria repentina que me fez esquecer do que eu estava vivendo naquele instante. Eu estava sem o controle do meu corpo. Fiquei em pânico. Quem eu era? Era sonho ou lembrança? Que conexão eu poderia ter? Foi naquele instante em que tive a sensação dolorida de ter o meu cérebro, conectado a máquinas. O barulho das mesmas era irritante ao ponto de alterar-me. E ainda sim, eu fazia esforça para tentar lembrar mais uma vez alguma coisa sobre aquela garota. Minha audição, aguçada, notou alguém se aproximando. Dissera-me Oliver, antes de passar um pano úmido sobre o rosto e partir. Ainda sim, a inutilidade daquele corpo me deixava ainda mais nervoso e eu não podia me lembrar de grande parte do que eu havia vivido.
Pude contar algumas horas, ainda sim, fixando-me no nome Oliver para que eu pudesse lembrar. Mas uma vez notei alguém aproximar-se. Minha visão estava embaçada com as luzes forte em rosto. Provavelmente, eu devia estar deitado. Sendo que, eu nem tinha certeza disso, não podendo sentir o meu corpo, petrificado. Me senti inútil. Assim, a pessoa se aproximou. Se perfume era familiar. Ela soprou em meu ouvido. O barulho irritante da máquina pareceu aumentar. Seu hálito era reconhecível. Sabia que era aquela garota e ao menos, eu necessitara
era saber o seu nome. Ela encostou sua face molhada por suas lágrimas na minha e disse "- Eu te amo".Ela estava partindo. Ela era a únca pessoa que poderia me ajuda, sabendo quem eu era. Fiz um enorme esforço, e com o impulso doloridoe intenso, eu desloquei-me de meu corpo. E atravessei uma parede...{CONTINUA}

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